De quem é a Culpa? Matéria Jornal de Piracicaba 22/09/2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

         No sábado 22/09 meu amigo Leonardo Moniz escreveu em sua coluna no Jornal de Piracicaba a situação do meu time, o Palmeiras. Para sua matéria me consultou para que eu dissese como torcedor o que eu estava achando daquela estranha situação. 
        Eu pessoalmente gostei do texto e recomendo para todos os torcedores, pois essa matéria fala com torcedores e não para fanáticos. Abaixo você pode ler a matéria caso não consiga ler na imagem, e fica um grande abraço para o Léo.
 
Obrigado
Rafael Koshima
 
De quem é a Culpa?
 
        Dois meses atrás, os palmeirenses estavam eufóricos. A alegria justificava-se e veio em forma de título da Copa do Brasil: o Palmeiras, enfim, figurava entre os grandes depois de longo período no ostracismo. Bobagem. A euforia durou exatos 60 dias, quando a derrota para o Vasco da Gama colocou ponto final na segunda passagem de Luiz Felipe Scolari pelo Palestra Itália, na solução mais criativa encontrada pela alta cúpula palestrina para tentar impedir catástrofe igualável apenas a de 2002, quando o time disputou a segunda divisão nacional.
           Perguntei para três amigos palmeirenses como é que a camisa verde e imponente, desbotou-se e parece agora impotente diante de qualquer rival. Quais seriam os culpados pela fase crítica que atravessa o Palmeiras, que rodada após rodada amadurece o namoro com a Série B do Campeonato Brasileiro, de quem separou-se dez anos atrás e havia prometido nunca mais voltar?
           O primeiro a responder apontou o dedo para a diretoria e enumerou uma série de erros cometidos pelos dirigentes, entre eles contratações equivocadas e deslizes administrativos. “Ano passado foi a mesma coisa, não caiu porque o Marcos Assunção salvou. E ganhamos a Copa do Brasil porque o nível foi muito fraco”, disse. Além da diretoria, ele enxergou alguns erros de Scolari, o principal deles a insistência em jogadores que em outra época jamais vestiriam a camisa do Palmeiras.
           A segunda resposta que encontrei foi álibi perfeito para absolver ao treinador. “Afinal, como é que a culpa pode ser do cara que ganhou o campeonato e conseguiu vaga para a Libertadores com o elenco horroroso do Palmeiras? E olha que tem alguns jogadores lá que esforçam-se muito, mas são ruins mesmo”, questionou o amigo palmeirense. “Tudo bem que o Felipão fez algumas substituições que nem Deus entendeu, mas burra mesma é a diretoria que mandou ele embora justo na véspera do clássico contra o Corinthians”, esbravejou. E, lógico, o Palmeiras perdeu. Interessante que o maior rival palmeirense, em 2011, não demitiu Tite após o fiasco contra o Tolima. No jogo seguinte, o Corinthians ganhou o clássico do Palmeiras. Hoje, o time de Tite é o campeão da Libertadores. A continuidade trouxe o resultado.
           O terceiro amigo, mais ponderado, respondeu minha dúvida com um questionário: “o time é fraco? A folha salarial é alta? A culpa é do técnico campeão do mundo e maior ganhador de títulos pelo Palmeiras? As contas não batem”, disse.
           Depois de ouvir os palmeirenses, a conclusão a que se chega é que no futebol moderno, independente da cor da camisa, o profissionalismo administrativo não aceita desaforo. No Palmeiras, isso não é levado a sério: gasta-se muito e mal, sustenta-se por vaidade o inoperante e nada rentável time B, o Conselho Deliberativo está completamente dividido e o presidente Arnaldo Tirone, acuado, diz internamente que não sabe o que fazer.
         A gestão profissional não garante vitórias, mas evita muitas derrotas. Falta muito para o Palmeiras provar que não apequenou-se, que o título da Copa do Brasil não foi acidente de percurso. Os dirigentes que aí estão precisam de malabarismo para provar que são capazes de representar a enorme torcida que, mesmo desconfiada, ainda canta e vibra. Do contrário, os palmeirenses deixarão de comemorar títulos para festejar a permanência na Série A. Como time pequeno.
 
Por: Leonardo Moniz (Jornal de Piracicaba)

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